quarta-feira, 24 de março de 2010

- René Magritte -

René François Ghislain Magritte 
(Lessines, 21 de Novembro de 1898 ― Bruxelas, 15 de Agosto de 1967)


ando meio assim...


O que você pensa sobre os downloads "ilegais" e a indústria fonográfica nos dias de hoje?

Olha, eu penso que é uma questão a ser enfrentada. Ainda existe uma certa confusão em torno do assunto, porque querem, a todo custo, nos empurrar a associação direta entre "downloads" e "pirataria". Por mais que, pensando mais detidamente, nós saibamos que não é a mesma coisa, tendemos a manifestar o mesmo sentimento em torno da idéia, porque é exatamente isso que a grande indústria quer.
A grosso modo, eu costumo comparar com o sistema de e-mail. Seria uma estupidez humana, se depois de todo conhecimento e desenvolvimento empregado no sistema de e-mail, os "grandões" do correio dissessem "Não! Mandar cartas por e-mail é ilegal, vocês têm que usar o sistema físico de correspondência". Deixando de lado as questões de direitos autorais, por hora, é exatamente a mesma coisa.
Eles querem colocar a pasta de dente de volta no tubo. É impossível! Sem contar que é simplesmente ridículo querer privar a humanidade desse recurso fantástico que é o download. Sem nenhum exagero, hoje todos podem ter acesso a tudo! Estamos amarrados por problemas sociais? Sim. Mas a premissa básica é a possibilidade de acesso à qualquer coisa. Seriados, músicas, filmes. Isso é fantástico!!!!
Outra coisa importante é a questão da indústria fonográfica. A indústria em si está falindo, e tem que falir mesmo. Não estamos pregando sustentabilidade? Proteção ao meio ambiente? Então, se a gente tem a possibilidade da mesma produção cultural, porém, sem toda a matéria prima utilizada e o lixo produzido, então meu deus! Que coisa maravilhosa!
É claro que que é uma grande mudança, como tantas outras que a sociedade tem que enfrentar, como tantos paradigmas que foram e que ainda estão por serem superados. É um processo de transição.
Quanto a questão "artística", todo mundo sabe que artista ganha dinheiro com N outras coisas, contratos, shows, etc. E se caso perderem alguma coisa da venda de discos, azar. Agora a humanidade inteira tem que se privar do acesso fácil a cultura, pra que os artistas continuem ganhando o mesmo dinheiro. Eles terão que se adaptar, ora pois!
O mundo muda, e tem que mudar mesmo!
Continuar dizendo que a terra é plana só pra vender os mapas já feitos, não dá né!!!!

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quinta-feira, 18 de março de 2010

Um conto sobre diferenças de gênero...

Era o terceiro encontro de Lídia e Vasco. Ambos já sabiam de todas as devidas informações um do outro, ou, pelo menos, daquelas que ambos preferiam mostrar um para o outro. Embora tivessem conversado sobre muitas coisas a tal altura, a atmosfera entre os dois ainda sustentava um desconforto incômodo, daqueles inerentes a falta de cumplicidade natural e imediata. Fato era que muito pouco haviam se tocado, uns beijos molhados daqui, uns agarrões dali. Mas ainda não tinham se entregado a volúpia sexual. Sentados numa mesa de bar, os dois sabiam que naquela noite poderia acontecer o ato carnal e pecaminoso. Afinal de contas, era o terceiro encontro, e assim, como decidido por uma assembléia pública, sabiam que já era-lhes permitido.
Lídia se entregava com mudo desespero ao vinho, seu fiel inibidor da inibição. Na medida em que os dois ficavam embriagados a conversa fluía em sorrisos e histórias de vida. “Um inevitável ritual de acasalamento”, pensava Lídia...
Vasco de sua parte não dava tamanha importância ao ato sexual, mas sabia que existiam certas prerrogativas, certa “burocracia”. Com isso se sentia feliz por finalmente chegar ao ápice da cena.
Nesse ponto da história é preciso revelar certa peculiaridade de Lídia. A moça tinha certa dificuldade (leia-se impossibilidade) de atingir o clímax sexual sob qualquer efeito de álcool. Dito isto, podemos inferir que Lídia já vislumbrava grandes pedacinhos da sua noite.
Depois de longa noite de fingimentos e atuações, a manhã chegou, e o álcool fora embora. O mesmo clima de desconforto pairava entre ambos, e um abismo os separava. Vasco, entretanto, estampava no rosto um ar de dever cumprido, melhor, de quem suplantara todas as expectativas. Sustentava um orgulhoso ar de garanhão.
Lídia, muito embora tentasse disfarçar com vários sorrisos pálidos e comentários aleatórios, tinha encostada sobre sua alma a sombra da decepção. A origem de qualquer dos seus sentimentos não estava em ter dormido com um total estranho, e agora percebia, que por cem encontros que tivesse com Vasco ele nunca passaria disso, um total e completo estranho. Sentia-se violada, mostrara seu corpo nu em pelo a um total estranho, todas as suas curvas foram reveladas. O mundo físico claramente não estava nem de longe em acordo com o mental. Lídia sentia-se como quem tivesse se vendido barato, afinal, nem um mísero orgasmo tivera, o que, se tivesse ocorrido, com certeza mudaria seu sentimento em relação a tudo aquilo. Tudo que sabia era que nunca mais queria sentir aquele sentimento novamente, um cruel sentimento de vazio interno.
Na despedida matinal, Lídia virou-se para Vasco, no carro, e apenas proferiu laconicamente essas palavras: “Adeus, não me ligue mais”.


fim.


[Por mim mesma, K.]

terça-feira, 16 de março de 2010

Rembrandt...

Eu tenho gostado muito de ver quadros, conhecer pintores... nenhuma auto imposição intelectual nem nada, apenas um interesse que vem crescendo naturalmente. Ah! Como gosto desses interesses que crescem naturalmente dentro de mim...
Um recente que venho conhecendo é o Rembrandt... é um pintor clássico, mas de uma melancolia e pureza únicas...





The Music Party 
1626
Oil on wood
Rijksmuseum, Amsterdam

O que te inspira?

Acho que a grande e única causa de todos os efeitos é a prática de viver... de sentir... imaginar...

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é, pois é... né...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Qual seria o resumo de um livro intitulado "O amor segundo Karina Lopes"?

duas almas absurdamente atormentadas que encontram paz quando unidas pelo desejo e cumplicidade!

e viveram felizes para sempre.

fim.

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Você não acha que a quantidade absurda de eventos sinistro que, atualmente, ocorrem - de terremotos e enchentes à violência brutal e decadência humana - são sinais do Apocalipse?! o.O [/conspiracy]

apocalipse como conceito bíblico não, porque acreditar nisso implicaria dar fé ao tal livro...
acredito que o ser humano está sofrendo muitas das conseqüências de seus atos ao longo da história, em relação ao uso do planeta, mas também acredito que o planeta também tenha seus devidos ciclos geológicos e astronômicos...
além disso, temos o aspecto social da coisa, eu enxergo a sociedade como um organismo vivo e auto-regulador... a violência e a decadência seriam frutos desse processo de auto-regulação... (Já leu "O macaco nu"?)
eu posso entender o termo "apocalipse" num sentido mais metafórico, como um processo de transição e transformação...



"A civilização ocidental nem por um segundo vai oscilar à margem do abismo. E não haverá revelações de tempos remotos, nem meias-verdades e adivinhações apresentadas pelos velhos, nem promessas de respostas que de fato não existem e jamais existiram" (Lestat, The Vampire)

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sexta-feira, 5 de março de 2010

Hey baby... (sentimentalmente sentimental)


Ei!
O que fazes tu da tua vida que não estás cá no meu abraço?
Onde está teu bem amado agora, além de escrevendo essas palavras pálidas?
Psiu! Olha pra cá! Não vês o meu cansaço de tanto gritar?
Já estou rouca...
Mas isso é coisa pouca...
Comparado a tua cegueira crônica...
Vem pelo tato, pela audição, já que não me enxergas, mas vem...
E podes até tropeçar um pouco antes, que eu impeço a tua queda...
E te prometo, só te deixo cair no meu amor...


.
  .
    .
      .


[Por mim mesma, K.]