sexta-feira, 27 de maio de 2011

A síndrome dos 20 e tantos

Então... recebi este texto via e-mail. Me identifiquei com muitas coisas, quase todas, exceto que hoje já estou casada e com a certeza aquela que o texto menciona - ainda é novidade, então deixa eu me aparecer... rs rs.
Também vem ao encontro de uma anterior postagem minha [Crise dos 25: http://t.co/MyHXTaN]. Enfim, o texto contém muitas verdades.


A chamam de ‘crise do quarto de vida’.
Você começa a se dar conta de que seu círculo de amigos é menor do que há alguns anos.
Se dá conta de que é cada vez mais difícil vê-los e organizar horários por diferentes questões: trabalho, estudo, namorada(o) etc..
E cada vez desfruta mais dessa cervejinha que serve como desculpa para conversar um pouco.
As multidões já não são ‘tão divertidas’...
E as vezes até lhe incomodam.
E você estranha o bem-bom da escola, dos grupos, de socializar com as mesmas pessoas de forma constante.
Mas começa a se dar conta de que enquanto alguns eram verdadeiros amigos, outros não eram tão especiais depois de tudo.
Você começa a perceber que algumas pessoas são egoístas e que, talvez, esses amigos que você acreditava serem próximos não são exatamente as melhores pessoas que conheceu e que o pessoal com quem perdeu contato são os amigos mais importantes para você.
Ri com mais vontade, mas chora com menos lágrimas e mais dor.
Partem seu coração e você se pergunta como essa pessoa que amou tanto pôde lhe fazer tanto mal.
Ou, talvez, a noite você se lembre e se pergunte por que não pode conhecer alguém o suficiente interessante para querer conhecê-lo melhor.
Parece que todos que você conhece já estão namorando há anos e alguns começam a se casar.
Talvez você também, realmente, ame alguém, mas, simplesmente, não tem certeza se está preparado(a) para se comprometer pelo resto da vida.
Os rolês e encontros de uma noite começam a parecer baratos e ficar bêbada(o) e agir como um(a) idiota começa a parecer, realmente, estúpido.
Sair três vezes por final de semana lhe deixa esgotado(a) e significa muito dinheiro para seu pequeno salário.
Olha para o seu trabalho e, talvez, nao esteja nem perto do que pensava que estaria fazendo. Ou, talvez, esteja procurando algum trabalho e pensa que tem que começar de baixo e isso lhe dá um pouco de medo.
Dia a dia, você trata de começar a se entender, sobre o que quer e o que não quer.
Suas opiniões se tornam mais fortes.
Vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando um pouco mais do que o normal, porque, de repente, você tem certos laços em sua vida e adiciona coisas a sua lista do que é aceitável e do que não é.
Às vezes, você se sente genial e invencível, outras… Apenas com medo e confuso(a).
De repente, você trata de se obstinar ao passado, mas se dá conta de que o passado se distancia mais e que não há outra opção a não ser continuar avançando.
Você se preocupa com o futuro, empréstimos, dinheiro… E com construir uma vida para você.
E enquanto ganhar a carreira seria grandioso, você não queria estar competindo nela.
O que, talvez, você não se dê conta, é que todos que estamos lendo esse textos nos identificamos com ele. Todos nós que temos ‘vinte e tantos’ e gostaríamos de voltar aos 15-16 algumas vezes.
Parece ser um lugar instável, um caminho de passagem, uma bagunça na cabeça…
Mas TODOS dizem que é a melhor época de nossas vidas e não temos que deixar de
aproveitá-la por causa dos nossos medos…
Dizem que esses tempos são o cimento do nosso futuro.
Parece que foi ontem que tínhamos 16…
Então, amanha teremos 30?!?! Assim tão rápido?!?!

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[Autor desconhecido]

terça-feira, 24 de maio de 2011

Anos 80

           Esses dias, em algum lugar na internet, li algo do tipo ‘é, realmente, os anos 80 é a idade das trevas da música’. Bah! Minha primeira reação foi de revolta e indignação. Depois refleti um pouco, analisei, e percebi quão ignorante era o comentário. Primeiro, por fazer referência à idéia - que hoje pra qualquer pessoa esclarecida é no mínimo ingênua, pra não dizer superficial - de que a Idade das Trevas [Idade Média] realmente tenha sido um momento estéril culturalmente. Pensamento que durante muito tempo foi alimentado por uma atitude preconceituosa que nos dias de hoje é motivo de vergonha para os estudiosos ressentidos de outrora.
            Depois pensei: poxa vida, a pessoa prefere gastar tempo, energia e espaço, para depreciar uma arte admirada por outras pessoas, e que tem seu valor patente e inconteste. Por que não gastou esse mesmo tempo, essa mesma energia e espaço para falar bem de algo que gosta. Ou então que vá falar mal de coisa ruim mesmo, do tipo dessas bandas coloridas de hoje em dia, que nem de longe é uma questão de gosto, mas de mercado. Quem gosta e compreende mesmo o que representa a música, entende que o respeito é algo que independe de tu gostar ou não. Eu não sou muito do rock clássico, por exemplo. Mas respeito pra caramba, sei da importância, e, sobretudo, aprecio o valor artístico desses caras. O que muitos metidos a críticos de música por aí não entendem é que conhecimento musical é uma coisa e sensibilidade musical é outra bem diferente.
            Essas pessoas me parecem todas papagaios de pirata, me dão a impressão clara de sequer conhecerem realmente o som dos anos 80. São ridículas a prepotência e a arrogância de simplesmente ignorar, diminuir ou desvalorizar a arte de pessoas como Martin L. Gore, Dave Gahan, Vince Clarke, Robert Smith, Morrisey, Roland Orzabal, pra mencionar os mais conhecidos. Estão muito menos empenhadas em descobrir coisas belas, do que em perpetuar preconceitos burros e infantis. Um conselho a estas pessoas: Cresça e decida por si mesmo sobre o que gosta ou não, e, mais importante, respeite o que merece ser respeitado. Do contrário, você não passa de um fã de merda, fundamentalista, preconceituoso e burro, que acha que entende alguma coisa de música!
           
Concluo com uma música de uma das minhas bandas preferidas - de todos os tempos e de TODAS as semanas, hehe -, Depeche Mode, a qual devoto admiração que só cresce. A música é interpretada pelo Martin Gore, e é absolutamente linda.

Macro
Depeche Mode


Overflowing senses
Sentidos abundantes
Heightened awareness
Atenção aumentada
I hear my blood flow
Eu ouço o meu sangue fluir
I feel its caress
Eu sinto o carinho
Whispering cosmos
Cosmos sussurrante
Talking right to me
Falando comigo
Unlimited, endless
Ilimitado, infinito
God breathing through me
Deus respirando através de mim


See the microcosm
Veja o microcosmo
In macrovision
Pela macrovisão
Our bodies moving
Nossos corpos se movendo
With pure precision
Com pura precisão
One universal celebration
Uma celebração universal
One evolution, one creation
Uma evolução, uma criação


Thundering rhythm
Ritmo fulminante
Pounding within me
Triturando por dentro de mim
Driving me onwards
Dirigindo-me para frente
Forcing me to see
Forçando-me a ver
Clear and enlightening
Claro e esclarecedor
Right there before me
Bem à minha frente
Brilliantly shining
Reluzindo brilhantemente
Intricate beauty
Beleza intricada

Letra e tradução: http://www.vagalume.com.br/








quinta-feira, 5 de maio de 2011

CREOLINA

A creolina espanta o indesejado bicho homem,
desinfeta e afeta o outro bicho homem,
que como bicho já não se vê.
Pingos negros pelo chão, cantos pútridos a cada esquina.
As ruas encardidas de uma sujeira incivilzada.
O público é de ninguém, e como de ninguém é tratado.

E a solidão mora na multidão apressada, descompassada.
Multidão que não enxerga nada, mas que acredita em tudo.
E para muitos, a vida passa encarnada num eterno desfile de modas...
E, sendo assim, desfilam estes nas calçadas, mijadas e imundas,
num espetáculo grotesco e pedante.

Anda rápido se dando importância,
tira fotos, sorri, fala alto.
Encena a vida - todos nós, aliás.
À noite, se conecta e fica a carregar fotos,
numa ânsia de mostrar à todos quão feliz é sua vida.
Mais que convencer à todos, quer é convencer a si mesmo
de uma felicidade artificialmente colorida.

Alguns, porém, deveras sentem aquilo que encenam,
deveras desejam aquilo que buscam.
Poucos, é verdade, cada vez menos... mas, ainda assim, alguns...


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