quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Evoluindo????

A repugnância toma conta de mim. Oras bolas! Que será que se passa nessas cabeças grandes, desajeitadas e indiscretas?
Os ambientes públicos me têm incutido reflexão deveras. Ônibus, trem, mercados, passeios. Entre bocejos fedorentos, axilas purulentas, espirros desprotegidos, tosses tísicas e gargalhadas espalhafatosas a elegância tem morado. Oras bolas!
A mocinha do perfume exagerado, do sapato finíssimo, dos brilhos e penduricalhos é a mesma que sai passando por cima de todo mundo na saída do metrô. Que vida desesperada, que vida sem vida. Mas com muito BRILHO!
Eu ainda hei de entender o porquê de tanta bolsa dessas mulheres charmosas! É muita bolsa. Pastinhas, bolsas enormes, maletinhas, cordinhas. Percebe-se que as necessidades variam muito. Gostaria de saber onde é que elas colocavam tudo isso quando a moda era bolsa pequenina, aquelas minúsculas que se perdiam no sovaco. Agora, porém carregam o quarto dentro dessas bolsas que mais parecem lona de circo amarrada... e as cores, parecem vindas direto do espaço. E aí vem o resto todo que tem de combinar, o calçado, o cinto, etc. E aí, haja saco, e claro, haja dinheiro. Como a gente precisa de mais dinheiro pra comprar tanta roupa, nada mais natural do que esmagar todo mundo na saída do metrô pra chegar antes naquela oportunidade. No final de semana a gente pode fingir ser civilizado, ir a um bar, ensaiar os rituais de acasalamento e usar aquela roupa nova.
Que maldita fineza hein?! Que elegância comprada e fajuta. Gritos, andares cambaleantes daquilo que mais se assemelha a uma manada (acho até que as manadas devem ser mais organizadas que o ser humano). Aquilo que o ser humano poderia ter se tornado não passa de um fantasma idealizado, um vulto que passa, vez que outra, diante da gente.


[Por mim mesma, K.]

2 comentários:

Eduardo Verme disse...

O ser humano é uma grande piada mesmo, mas o pior de todos os seres humanos é aquele que, por possuir um ego demasiado grande, acham-se muita coisa, e então passam três horas se arrumando e se enchendo de apetrechos - desnecessários, diga-se -, para então sair pra rua de uma cidade no mínimo chinela! Ahhhh pára. Se for colocar roupinha, bolsinha combinando com sapato, etc, que faça isso sei lá, na Europa, por exemplo.

Não que na Europa as pessoas sejam melhores, até pelo contrário.
Mas pelo menos vão estar fazendo isso bem longe dos MEUS OLHOS!

Que grande bobagem a moda. Acredito que no tempo em que as pessoas gastavam neurônios pensando em revoluções era bem melhor de se viver - e o espírito era bem mais íntegro.


O bem da verdade é que humano bom é, lógicamente, humano morto.

Eduardo Verme disse...

Vou ter que desconcordar contigo...
O fim de semana não é salvação de ninguém. É sim o comprovante de que não valemos nada e de que o ser humano tem que mais é que desaparecer mesmo.
Queria mandar todo mundo à merda, pra ficarem mais próximos de mim.