domingo, 23 de dezembro de 2007

Criatura urbana.

Eu tenho esperança. Sou minha mais fiel esperança.
Eu tenho crença. Não passo de minha própria crença de que existo. Tão logo afirmo isto creio em alguma existência, que nem mesmo sei se existe.
Sou, portanto, minha crença.
Criatura urbana. Enfumaçada pelo caos dolorido e tenso.
Apedrejada pelo pó pequeno.
Como o quente, bebo o frio.
Nada que os imortais não o façam.
Nada que o surreal alcance ou que o real admire.
Eu sou, pois, mísera criatura urbana.

(06.11.2006)

[Por mim mesma, K.]

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