A felicidade (uma espécie de conjunto de alegrias bobas e alegres) nos coloca diante dos olhos um filtro cor-de-rosa através do qual visualizamos a realidade. É visto também que a felicidade não propicia o talento poético, ou mesmo artístico. Nosso drama é alimentado por nossos infortúnios, e quando nos abate o brilho na alma, nenhum infortúnio é, senão, mais do que um mero contratempo. Os sorrisos bobos e constantes assumem conflito com nosso senso racional e adequado. Entretanto, é essa mesma dormência que nos aflige o instinto através da insegurança por manter o estado de frenesi romântico. Então, pois, ficamos sobre a tênue linha que separa a felicidade da total desgraça. Furor, mas medo. Calor, mas frio. Crer?! Relutar?! O filtro nos faz felizes, e é isso o que interessa até que alguma dor nos corte ao meio como de costume...
(23.12.2006)
[Por mim mesma, K.]
[Por mim mesma, K.]
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