- Sandro Botticelli
- A Calúnia de Apeles (Calumnia)
- c. 1495
- Têmpera sobre madeira
- 62 x 91 cm
- Galleria degli Uffizi
- Florença
Essa alegoria simplesmente me encantou...
"O julgamento de Apeles é como muitos outros que conhecemos.
O
rei e juiz está acompanhado pela Ignorância e pela Suspeita, suas
conselheiras. Estas murmuram-lhe constantemente ao ouvido palavras
venenosas, razão pela qual ele tem orelhas de burro.. De olhos virados
para o chão, ele nem vê o que se passa.
A Inveja vem perante ele, acusadora, e estende um braço muito comprido para o alcançar. Traz a Calúnia pela mão.
A
Calúnia tem uma tocha acesa na mão como se viesse mostrar a luz. A
Malícia e a Fraude são as suas companheiras e não param de a adornar com
flores, os atributos da pureza, que entrançam nos cabelos da sua
senhora, procurando disfarçá-la.
Apeles vem, na figura de um
homem inocente, arrastado pela Calúnia que o agarra pelos cabelos,
acusadora. Ele está despido e de mãos juntas, apelando a uma justiça
divina, superior àquela terrível fantochada.
Atrás deles, a horrível figura do Remorso olha sorrateiramente, por cima do ombro, para a Verdade.
A Verdade aponta para cima, remetendo o inocente à justiça divina, e aparece nua, sem nada para esconder, tal como o Apeles.
Todos os outros ocultam a sua verdadeira natureza com muita roupa, alguns até evocando a pureza.
Quem
já foi caluniado assim, não o esquece certamente. A mim o que me
arrepia mais é a luz que a Calúnia traz e o olhar horrendo do Remorso..."
Texto integralmente extraído de: http://anoeee.blogspot.com.br/2006/02/botticelli-e-calnia-de-apeles.html
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