quinta-feira, 9 de abril de 2009

Uma pitada de Manoelito para alegrar um momento meu.

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Escrever nem uma coisa Nem outra -
A fim de dizer todas
Ou, pelo menos, nenhumas.
Assim,
Ao poeta faz bem
Desexplicar -
Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes.
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Palavras feias!

.descobri, hoje, que exatamente é uma palavra feia, muito feia. e feia.
outra palavra feia, muito feia, é existe. tanto quanto realmente, ou real.
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end
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[Por mim mesma, K.]

sexta-feira, 3 de abril de 2009

.cotidiano ladrão.

Eu estou fora de mim. Fora do corpo que minha alma habita. Acho que isso é de algum lugar... Não tenho quorum para fazer qualquer assembléia em mim. Não tenho ganas de chorar nem gritar. Só quero estar fora de mim. Vitor Ramil pede: “inventa fora de mim, outro lugar”, acho que eu já inventei.... E cá estou. O que se perde não é nada, exceto pela carga que ainda há de se carregar em se estando fora do corpo. Essa carcaça que o mundo vê. Ainda tenho responsabilidades para com ela. Não estando finjo estar. Fingindo atuo. A atuação da vida me devora. Vou ser atriz e fazer cinema. E eu me consumo num instante, como um cigarro tragado, num ímpeto intenso. Como um copo de cerveja barata, tomado com ânsia, num boteco barato, em uma vida barata. Mas o que seria uma vida cara?! Com muito dispêndio e glamour? Ou com muito amor e promessas? Eu não sei, apenas vivo. Compelida por promessas que eu mesma me faço.
# Ps.: Escrevo porque confio na minha falta de juízo. #



[Por mim mesma, K.]
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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Livro aberto - Vitor Ramil

Essa cama imensa consumindo a noite
Esse livro aberto como alegoria
O abajur perdido em sua luz
Essa água quieta desejando a sede
O controle girando no ar
A TV remota em sua fantasia
Uma alegria que não vai passar
Se você vier

Esse teto frágil sustentando a lua
Esse livro aberto como uma saída
O tapete e seu plano de vôo
O lençol revolto antecipando o gozo
Essa velha casa de coral
Essa concha muda que o meu sonho habita
A paixão invicta que não vai passar
Se você vier

Esse rádio doido de olhos valvulados
Esse livro aberto como uma sangria
Esse poema novo sem papel
O papel que cabe aos meus sapatos rotos
O meu rosto que o espelho não vê
A janela imóvel em seu desatino
Esse meu destino que não vai passar
Se você vier

Esse quarto agindo à minha revelia
Esse livro aberto como uma indecência
O desejo é um naco de pão
A ilusão exposta em tanto desalinho
Uma tecla insiste em bater
No relógio o tempo é uma saudade tensa
E essa cama imensa que não vai passar
Se você vier





Ps.: Simplesmente lindo!


segue link para ouvir a belíssima canção... que escute-se também "Invento"...

http://www.myspace.com/vitorramil



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