Apesar de ter sido criada quase sempre pela minha avó, passei algum tempo com minha mãe, e logo nos primeiros anos de vida, com as duas. Minha mãe é do tipo super protetora, e quando digo super protetora, é super protetora mesmo. Do tipo que não me deixava nem tomar banho de chuva.
Não dá bem pra saber se eu fui uma criança cheia de problemas de saúde por destino, ou porque minha mãe me isolou demais. Então, era asma, renite, sinusite, garganta, anemia (isso que eu era obrigada a tomar suco de beterraba), e por aí vai... O lance é que sempre ri muito dela, lembrando das vezes em que eu acordei com a mão dela no meu nariz pra ver se eu estava respirando. "Coisa de mãe". Ou então, ela me acordava pra ver se eu estava só dormindo. É, a coisa é meio doida assim mesmo.
O fato é que de certa maneira hoje chego a compreender essas pequenas atitudes dela. Meu filho completa um mês amanhã - 22/10. Agora posso dizer que o "pior" - ou o não tão bom - já passou. Digo isso porque esse início foi muito complicado. É uma fase de adaptação, e tu tá tão confusa e atabalhoada, em parte por uma questão hormonal, em parte porque não consegue dormir e por isso não consegue mais pensar nas coisas com a mesma clareza, e em parte, claro, porque é uma PUTA mudança na tua vida, afinal chegou um serzinho que depende inteiramente de ti. Trocando em miúdos, a partir de agora, até mijar é supérfulo, porque tu só vai ao banheiro quando dá. Li um post sobre maternidade que falava em uma sensação de refém da situação, e realmente é. Tua auto-estima está abalada, teus hormônios estão desvairados e tua rotina de ponta cabeça. Por isso tudo é que é um momento muito difícil esse início, ao menos pra mim foi. Tu te questiona se está sendo uma boa mãe, se vai conseguir ser uma boa mãe, enfim, muitas neuras e micro-fases.
Agora eu estou mais senhora da situação e estou conseguindo curtir meu picorrucho muito mais e melhor. É cansativo, por vezes estressante, outras assustador, mas ser mãe é maravilhoso e indescritível.
Não sou, nem quero ser super protetora como minha mãe, mas hoje eu não consigo ficar muito tempo sem dar uma conferida se o Caio está respirando, nem que seja de longe, pelo prendedor do biquinho que sobe e desce. Sofro junto com ele cada cólica, cada careta, desejando que fosse eu a sentir dor. Comemoro cada peidinho que ele consegue dar, cada boa cagada que traz aquele olhar de alívio ao rostinho dele.
É, desculpe se esse post não é daqueles que narram a maternidade só com palavras bonitas. Mas tudo isso que expus, pra mim, manifesta com perfeição o sentimento de ser mãe nesse alvorecer da minha maternidade.
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