Nosso maior erro no mundo inteiro é nossa insistência em
encarar cada novo desdobramento como uma culminação ou um clímax. O famoso
“afinal” ou “ao último nível”. Um fatalismo constitucional ajusta-se de forma
contínua ao presente em eterna mutação. Um alarmismo difuso acolhe cada avanço.
Há dois mil anos, estamos “perdendo o controle”.
Naturalmente, isso decorre da nossa suscetibilidade para
encarar o “agora” como o Tempo Final, uma obsessão apocalíptica que persiste
desde que Cristo subiu aos Céus. Precisamos parar com isso! Precisamos perceber
que estamos na aurora de uma era sublime! Os inimigos não mais serão
derrotados. Serão devorados e transformados.
É este, porém, o ponto que quero comprovar mesmo: o
modernismo e o materialismo – elementos que a Igreja temeu por tanto tempo –
estão atravessando sua infância filosófica e prática! Sua natureza sacramental
mal acaba de ser revelado!
Deixem para lá os erros infantis! A revolução eletrônica
transmutou o mundo industrial muito além do que poderia prever qualquer
pensamento do século XX. Ainda estamos sentindo as dores do parto. Mergulhem
nisso! Trabalhem com isso! Ajam de acordo!
('Lestat', 2002)