quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Sobre a Claudia Leite

Então. Resolvi me manifestar sobre o assunto. Normalmente não dou muita atenção a essas polêmicas da moda, mas achei bastante válido que me pronunciasse, já que minha opinião incorre contra a maré.
Concordo plenamente com a Claudia Leite. Achei de extrema sobriedade as palavras dela e concordo com 100% do que ela falou. Sinceramente me surpreendeu alguns de seus posicionamentos, e de forma positiva.

Primeiro. A programação do Rock in Rio é disponível a qualquer um, especialmente aos interessados em ir ao evento. Então, quem estava lá fez a escolha consciente de se submeter a estar lá durante o show da Claudia Leite e não tem nada que vaiar. É impossível exigir que num festival tão diversificado alguém vá gostar de todos os artistas que passarem pelo palco. Sem contar que ela estava dentro de uma programação nacional bastante coerente, que não era nada do tipo Claudia leite entre Metallica e Slipknot.

Não gostar de Axé é normal! Anormal é achar-se superior porque conhece John Coltrane ou porque adora o Metallica. Procurem no Google sobre a história de um ariano que se achava superior aos judeus…

Daí os rockeirinhos ficaram ofendidos porque ela fez a analogia com o Hitler. Mas em contrapartida acham justificável vaiar um artista só porque seu som é diferente ou não é de seu agrado. Realmente, muitos "rockeiros" se acham melhor sim, superiores às outras pessoas. Prova mais do que absoluta disso é a indignação e ignorância com que viram o posicionamento da cantora. Qualquer pessoa razoável e sensata pode perceber que ela está em perfeita razão.

Não interessa se o estilo destoa da origem do festival de 500 mil anos atrás, ele, hoje, assume uma proposta mais ampla, pronto. Quem se propõe a ir ao festival que aceite. Aos rockeirinhos de plantão, que querem levantar a bandeira do fundamentalismo musical apenas digo: Cresçam!

Respeito. Eu não gosto do trabalho artístico da Claudia Leite, detesto axé. Mas é uma questão de respeito tu não vaiar um artista, ainda mais tu estando na platéia por própria escolha. Ah! Por favor! A infantilidade das pessoas realmente me decepciona.

Quem ainda levanta a bandeira desbotada do rock para o festival tem um sério problema de alienação e deve ter perdido em algum momento o contato com a realidade.

O que me parece, no fim de contas, é que a Claudia Leite merece muito mais respeito do que muitos rockeiros por aí. E certamente, depois dessas palavras, ela ganhou o meu.

Artistas internacionais vêm pra cá, mostram a bunda, atrasam-se por 2 horas pq estão dando uma festinha no camarim, não conseguem conciliar a respiração com o canto, não preparam espetáculos para o nosso povo, desafinam, enfim, pouco se importam conosco, querem beijar na boca, ir à praia e tomar nossa cachaça, e nós, que pagamos caro para assistir aos seus “espetáculos” em nossa terra, aplaudimos a tudo isso. Ah! É Rock! É Pop! É bom!

O desrespeito é mais fácil de ser tolerado porque é uma atitude Rock and Roll? Não seria isso alienação? Liberdade é respeitar. Liberdade é conviver com as diferenças. Liberdade é ter opinião própria. Tudo o que representa o oposto disso não cheira bem.



Fonte: http://www.blogdaclaudinha.com.br/

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

um improviso nirvanístico...

Então... em memória aos velhos tempos [e para celebrar os novos, claro], aos primeiros sabores musicais,  posto aqui um improviso doméstico. Saiu assim, fruto de um domingo cinzento, sem pensar muito, sem ensaio, quase uma releitura... então, please, sejam bonzinhos comigo... hehe.

Something in the way...






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terça-feira, 6 de setembro de 2011

quisera...

“Quisera ter fé religiosa ou acreditar firmemente em alguma doutrina política... Mas tinha uma incapacidade absoluta para se enquadrar em partidos ou seitas. Reconhecia, com certa má vontade, que era indispensável uma fé firme para realizar grandes coisas. Se ele tivesse essa fé num deus ou numa idéia, haveria de orientar seus livros no sentido dessa fé política ou religiosa, não porque achasse que a arte deve ter uma coloração sectária, mas porque reconhecia estar o mundo vivendo um momento excepcional em que a ninguém é lícito ficar indiferente. O mundo estava doente. Era necessário curá-lo para que depois as criaturas humanas pudessem entregar-se à bela e simples tarefa de viver, de prosseguir na sua busca de beleza e de bondade. Mas... e se não houvesse cura possível? Se o homem, por uma lei inelutável, tivesse de ser sempre o lobo do homem?” (VERÍSSIMO, 1943)


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