terça-feira, 31 de agosto de 2010

Se a ciência assumir que existe uma tal Inteligência Espiritual, não estaria ela a subsidiar, de algum modo, a mediunidade?

Eu encaro o sobrenatural, não como algum tipo de delírio, mas como um mundo a ser descoberto. Eu não acredito que a ciência humana já explicou tudo que existe, ou mesmo que ela já tenha chegado na lógica básica ou fundamental sobre a existência. Penso que qualquer dado novo pode nos deixar totalmente perdidos. Por exemplo (pra citar o Arquivo X ¬¬), vai que daqui a pouco topamos com uma forma de vida baseada em silício, mudaria totalmente nossos parâmetros.
Contudo, o conceito "inteligência espiritual" precisa ser definido. Numa "inteligência", no sentido de lógica, eu acredito e não vejo nenhuma implicação maior. Mas "consciência espiritual" é que é o problema, às vezes as pessoas confundem. A questão da "consciência espiritual" já penso que é muito mais uma projeção cultural/psicológica humana.
Então, pra concluir, em relação a mediunidade, eu analiso a possibilidade desta dentro da própria ciência, e não fora dela. Neste sentido, a ciência não estaria "assumindo", mas explicando, pois a ciência, por definição, diz respeito ao que é provado com base em procedimentos e evidências científicas. Ela não pode simplesmente decidir acreditar ou defender algo. Portanto, acho que em algum momento a ciência pode vir a chegar ao ponto de explicar fenômenos mediúnicos, colocá-los num nível do natural.



[Por mim mesma, K.]

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Considerações de um ônibus...

Alguns-muitos-todos sentem o intenso desejo de dar algum sentido a sua vida, de deixar, de alguma forma, algo atrás de si, de fazer a diferença sob algum aspecto. Talvez deste intenso e inerente desejo, é que nasçam as coleções de tudo que se possa imaginar, ou os recordes, as façanhas, a eterna busca de superação. Talvez muito do homem nasça desse sentimento tão íntimo, dessa agonia, dessa ânsia por dar algum sentido a existência, individual ou mais ampla.
Felizes aqueles que conseguem justificar sua existência na cotidiana e despretensiosa prática de viver.


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[Por mim mesma, K.]



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Como o ser humano poderia se redimir perante si próprio após tantas gerações de individualidade?

Eu vejo que o ser humano em geral, tem a mania de inventar entidades onde possa descarregar toda a culpa sobre tudo. Assim foi com o Diabo, assim foi com o “sistema”, o “capitalismo”, etc. E assim, evidentemente, me refiro ao tal de “individualismo”, que na verdade é uma ausência total de coletividade, uma indiferença ao próximo, uma “ruindade” incipiente do homem. Ou seja, a maldade e perversidade do ser humano. Eu posso dizer que sou individualista, na medida em que não gosto de depender de ninguém, na medida em que não quero dividir todas as minhas coisas, gosto de ter minhas coisas, meu canto, meus segredos. Então não vou ser hipócrita e gritar: abaixo ao individualismo! Mas eu tenho um senso de coletividade muito forte, nas pequenas coisas, naquelas que realmente importam, do dia-a-dia. Eu penso no meu próximo, quando ando na rua. Quando leio rápido um livro pra devolver logo pra que outra pessoa possa ler, quando dou meus livros (BONS) pra biblioteca pública municipal pra que outras pessoas possam ter acesso a eles. Quando respeito o pensamento das outras pessoas, quando não as julgo pela roupa ou aparência, quando percebo que a vida é mais do que o simples agora, do que o efêmero tempo de minha geração. Isso está na minha esfera de possibilidade. Eu não sou uma pessoa de grandes atos heróicos, que quer salvar a humanidade. Principalmente porque ela não quer ser salva. Eu não sou essa pessoa, e nem serei pra meramente seguir uma tendência. Respeito muito quem se dedica a isso, mas isso não é pra mim. O que não quer dizer que não me importe, que seja uma desalmada egoísta. Esse tipo de maldade é o pior de todos, fazer o “bem” pra criticar quem não o faz, ou pra jogar na cara de todos que o faz, ou ainda pior, pra comprar sua entrada no céu. Enfim, acho que desvirtuei a resposta, mas era isso que tinha pra dizer no momento. ¬¬

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Como você define a vida?

Nossa! Lembro de já ter falado sobre isso pessoalmente contigo. Buenas, bora lá. Antes de tudo, e muito importante, eu acredito, hoje mais do que nunca, que nossas definições sobre o que é a vida são muito dinâmicas, mutáveis e particulares. Elas têm muito mais a ver com os conhecimentos e as experiências que agregamos ao logo de nossos caminhos pessoais do que com qualquer verdade absoluta. Então eu posso dizer que qualquer que seja o meu discorrer sobre o assunto nesse momento, ele vai estar impregnado do que eu sou agora, quase como um reflexo no meu estágio evolutivo. Mas enfim, hoje, para mim, a vida é uma oportunidade de crescimento pessoal, espiritual e humano. Pra MIM, é como EU quero aproveitá-la.
Lembrei-me de um trecho da Rice que, apesar de ingênuo, reflete MUITO meu estado de ânimo sobre o assunto atualmente.

- Só existe um propósito na vida: dar testemunho de e compreender o máximo possível a complexidade do mundo – sua beleza, seus mistérios, seus enigmas. Quanto mais você compreende, quanto mais você olha, mais você aproveita a vida e mais você se sente em paz. É simples assim. Todo o resto são prazeres e jogos. Se uma atividade não tiver como base “amar” ou “aprender”, ela não tem valor. [RICE, 1996]

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Galeano

Mas provoca-me engulhos, confesso, ler alguns trabalhos valiosos de certos sociólogos, politicólogos, economistas ou historiadores que escrevem em código. A linguagem hermética nem sempre é o preço inevitável da profundidade. Em alguns casos pode estar simplesmente escondendo uma incapacidade de comunicação, elevando-a à categoria de virtude intelectual. Suspeito que o fastio serve, dessa forma, para bendizer a ordem estabelecida: confirma que o conhecimento é um privilégio das elites. [GALEANO, 1971]