Então não há nada que resista a essa carga de morte constante e implacável que o tempo despeja em nossa vida? [...] O presente, como tal, é apenas a soma do ultra-instantâneo de cada momento isolado, que se converte de não nascido em já morto. Mas então onde é que está a vida nisso tudo? Então ela é apenas uma quantidade de coisas mortas acumuladas - pensamentos, palavras, homens e cachorros, mulheres e livros, tudo morto, ultrapassado? Esmagado? Então a gente vive mesmo ruminando o que não existe, mastigando coisa morta, apodrecida?
(Carta de Fernando Sabino para Otto Lara. In: Sabino, 2002)
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