Então, estou calado, faz algum tempo já, diante da falta de expectativa. Penso que seria melhor a morte de uma vez por todas, já que me parece o vazio eterno e sem maldições. Entretanto, nada posso afirmar senão meus infortúnios constantes e constantes. Estou mudo, e, no entanto grito, no entanto choro. Um choro calado, um grito escondido no mais secreto recôndito de minha alma, se a possua realmente. A essas alturas nada me há de certo. O amor me foi ingrato, mesmo sabendo que poderia me provar sua existência tão negada outrora. Flagelou-me e me arrancou as possibilidades das mãos. Não depende de mim, mas da realidade que tende a me destruir. Mediante a esse pensamento, que posso eu fazer contra as forças invisíveis de meu próprio ser? Esperar que alguém se sente ao meu lado e escute calmamente minhas mágoas e trágicas histórias sem final? Penso que não. É bem possível que um, em um milhão, possa compreender meu drama, mas visto que minha sorte não se faz tão generosa, prefiro o silêncio a um simples par de ouvidos inúteis.
Minhas idéias vagas demais para se consolidar em atos, me tiram a possibilidade de mudança. Meus olhos chamuscados de fogo da têmpera cretina que me acomete, negam qualquer evasão do ser. A impossibilidade de fugir da carga que eu represento me elimina qualquer vestígio de motivação.
Penso em não pensar mais, mas aí jaz um pensamento morto e sem eficiência, posto que não posso fugir de mim mesmo. Em voltas inúteis gira meu cérebro. Onde imagina, nega e repensa, ruminando coisas há tanto passadas e as recondicionando ao presente, onde de nada são úteis, muito antes empecilhos.
Olho aos lados e vejo comoção forçosa e desajeitada, quase uma obrigação caridosa que me é repugnante e refutável, dito que, a mim, é ainda menos proveitosa do que a quem me serve tal iguaria. Penso em como sou útil para deixar alguns às boas consigo mesmo, achando ilusoriamente que o dever há de ter sido cumprido.
Não sou escora para discussões abastadas e ofegantes de hipocrisia, que não me usem como tal! Não tenho paralelo a ser traçado com coisa alguma, com caso algum.
Não me entendem, pois então que não me discutam! Que não me queiram moldar ao modo grotesco do convencional, negando assim minhas asas negras de rebeldia. Isso nunca!! Sofro no pensamento, mas não quero a felicidade da ignorância.
Minhas especulações são provenientes de uma vontade de vida, vida esta que me foi negada, por construções espontâneas de minh’alma, a qual devo todo meu talento para a auto – depreciação.
Devo admitir que falhas são o que tenho de melhor, constatado que de nada adianta a perfeição sem sabedoria. Conhecimento e sabedoria. Eis que surgem conceitos chaves para este ciclo de ociosidade intelectual. Gostar-me-ia de pensar com mais afinco nessa atitude deveras importante, mas ao mesmo tempo em que me deito pensando, me acordo influenciado pelo contexto sorumbático no qual estou enterrado. Gostaria também de muitas outras coisas, uma delas seria não querer mais nada, me desvencilhar de desejos impossíveis a meu macambúzio conjunto de fragmentos. Em outras palavras, talvez, expirar minha existência, não só física, moral, mas espiritual.
(20.05.2006)
[Por mim mesma, K.]
Minhas idéias vagas demais para se consolidar em atos, me tiram a possibilidade de mudança. Meus olhos chamuscados de fogo da têmpera cretina que me acomete, negam qualquer evasão do ser. A impossibilidade de fugir da carga que eu represento me elimina qualquer vestígio de motivação.
Penso em não pensar mais, mas aí jaz um pensamento morto e sem eficiência, posto que não posso fugir de mim mesmo. Em voltas inúteis gira meu cérebro. Onde imagina, nega e repensa, ruminando coisas há tanto passadas e as recondicionando ao presente, onde de nada são úteis, muito antes empecilhos.
Olho aos lados e vejo comoção forçosa e desajeitada, quase uma obrigação caridosa que me é repugnante e refutável, dito que, a mim, é ainda menos proveitosa do que a quem me serve tal iguaria. Penso em como sou útil para deixar alguns às boas consigo mesmo, achando ilusoriamente que o dever há de ter sido cumprido.
Não sou escora para discussões abastadas e ofegantes de hipocrisia, que não me usem como tal! Não tenho paralelo a ser traçado com coisa alguma, com caso algum.
Não me entendem, pois então que não me discutam! Que não me queiram moldar ao modo grotesco do convencional, negando assim minhas asas negras de rebeldia. Isso nunca!! Sofro no pensamento, mas não quero a felicidade da ignorância.
Minhas especulações são provenientes de uma vontade de vida, vida esta que me foi negada, por construções espontâneas de minh’alma, a qual devo todo meu talento para a auto – depreciação.
Devo admitir que falhas são o que tenho de melhor, constatado que de nada adianta a perfeição sem sabedoria. Conhecimento e sabedoria. Eis que surgem conceitos chaves para este ciclo de ociosidade intelectual. Gostar-me-ia de pensar com mais afinco nessa atitude deveras importante, mas ao mesmo tempo em que me deito pensando, me acordo influenciado pelo contexto sorumbático no qual estou enterrado. Gostaria também de muitas outras coisas, uma delas seria não querer mais nada, me desvencilhar de desejos impossíveis a meu macambúzio conjunto de fragmentos. Em outras palavras, talvez, expirar minha existência, não só física, moral, mas espiritual.
(20.05.2006)
[Por mim mesma, K.]
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