terça-feira, 8 de novembro de 2011

Minha pequena ladra de carros...

       Toda vez que minha irmã (Luíza, 8 anos) vai lá em casa, ela se acaba jogando playstation, com bem maior entusiasmo e dedicação quando se trata do jogo Grand Theft Auto. No início gerou muitos debates familiares. Minha mãe achava um absurdo, e defendia que acabaria influenciando minha irmã a ser violenta. Meu pai só ria, sem saber muito bem o que dizer. Minha vó também achava muito violento. 
       Enfim, eu sempre achei que isso não tem grandes coisas a ver não. Primeiro porque sempre joguei coisas bizarras quando era criança e nem por isso saí assassinando ninguém. Segundo, porque, há uma geração atrás de criminosos, a maioria deles nem teve contato com essas coisas. 
       Em suma, a educação e o caráter são, sim, algo que se relaciona com o exemplo prático e não com discursos vazios, moralistas e demagogos. Minha família é muito honesta, de caráter muito sólido. Simples e humilde, mas limpinha e honrada. Tudo isso no dia-a-dia, na prática cotidiana, no que realmente interessa. Meus pais não dizem a Lu pra agir de determinada forma que julgam ser a certa enquanto eles próprios fazem o total contrário. Talvez more aí o segredo de uma boa educação. Ou não, posso estar completamente errada. Enfim, de qualquer forma a prova cabal de tudo, que nos calou a todos sobre a questão foi a seguinte situação:

(Luíza matando uma prostituta no jogo para conseguir o dinheiro dela)

Luíza: Morre, morre!

Eu: Ô Lu, como é que faz pra conseguir dinheiro? (pescando, né?)

L: Na vida real ou no jogo?

Eu: No jogo.

L: A gente tem que assaltar e matar as pessoas na rua.

Eu: E na vida real?

L: Na vida real a gente tem que estudar e trabalhar.


Sem mais perguntas meritíssimo. 


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