quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Mulher moderna


Isso. Vamos empinar nossas bundinhas. Remexer nossos traseiros. Rebolar em cadência sensual exibindo nossas ancas de boa fêmea reprodutora. Sim. Vamos espremer nossos seios para exibi-los melhor. Vamos nos rebocar até quase perder nossa fisionomia natural. Se empoleirar num salto também ajuda. Vamos nos vestir como nos dizem que deve ser, como todas as outras fêmeas estão vestidas. Poucas diferenças na verdade, quase nada, apenas para imprimir um falso caráter de autenticidade, mas nada que destoe muito, perigoso. Vamos mutilar as pontas dos dedos toda semana para ficarmos mais belas. Vamos nos enlouquecer em busca de liquidações e chegar em casa cheia de sacolas, porque afinal nós somos mulheres e, por algum motivo, precisamos de muitas roupas, muitos sapatos, muitas bolsas, muita alegoria!
Vamos tagarelar sem parar na presença de outras fêmeas, falar de homens, claro, e de nossos métodos de agarrá-los, conquistá-los, seduzi-los. Falemos sobre nossas melhores transas, de nossos melhores machos. Falemos muito sobre nossa sexualidade, pois é natural, e a mulher moderna deve se conhecer (e fazer com que todos conheçam), suas preferências sexuais, suas posições e lugares preferidos.
Afinal, nós somos mulheres modernas, independentes, lindas, vitaminadas e poderosas!
Sim, poder. Temos um poder imensurável e determinante. Um poder que não mora numa transformação profunda dos valores da sociedade, como muito se confunde por aí. Não, não um poder desses, novo e conquistado. Não. Nada novo, na verdade, bem velho, um poder conhecido de todos nós, bem velho, nada novo: O PODER DA XEXECA!

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