O inverno bate a porta em forma de ventania errante. O ar é gélido e traz consigo indícios de um outono passado. Adoro o inverno. Adoro o frio. O calor irrita, faz com que desperdicemos nossas energias. O calor é deletério demais para nossas almas.
O frio tem algo que assevera nossa vontade de pensar. É certo que a falta de companhia às vezes nos impele um sentimento de vazio. Ao mesmo tempo, entretanto, ficamos suscetíveis a um romantismo puro. Impomos a nossa gama retórica o desafio de projetar sonhos e realidades hipotéticas onde podemos ser tão felizes quanto nunca o seremos.
A mesma pachorra que nos tomava conta os corpos, na estação quente, agora se transforma em impulso canalizado para a vida, sentimentos novos.
Será exagero de uma alma que ama a estação cinza? Não o posso afirmar. O que são as paixões senão um exagero do sentir, uma hipérbole inerente ao homem sonhador.
O intento, porém, está longe de dissuadir os que são contrários a opinião aqui disposta. Talvez redargüir simplesmente, explicar o porquê de meu capricho apaixonado do inverno.
Deixemos as questões pecuniárias e medíocres de lado. Para se sensibilizar com a circunstância, garanto-lhes, não haver necessidade de nenhum dispêndio capitalista. Basta, pois, olhar em torno e sentir. È bem verdade que nossos homens têm dificuldade de praticar esse exercício.
E é igualmente verdade que sentimo-nos presos a vontades que fogem ao intuito principal de buscar o sentimento e as sensações.
O vento continua, acompanhado de seu decoro polido, de suas promessas eternas. Vindo em dupla com o frio, ou em trio com as lágrimas.
A circulação dificultosa, os lábios trincados e secos. O medo da noite, e o desafio de vê-la em suas particularidades. Os olhos chorosos e a cama em chamas a nossa espera angustiante. As mãos brancas sem sangue. O rosto em mármore gelado. A mente turbulenta de idéias. O sol que se faz amigo agora. A vontade baldada e contraditória de se aquecer.
Não acho inteligível que se possa não apaixonar por estação tão bela.
[Por mim mesma, K.]
O frio tem algo que assevera nossa vontade de pensar. É certo que a falta de companhia às vezes nos impele um sentimento de vazio. Ao mesmo tempo, entretanto, ficamos suscetíveis a um romantismo puro. Impomos a nossa gama retórica o desafio de projetar sonhos e realidades hipotéticas onde podemos ser tão felizes quanto nunca o seremos.
A mesma pachorra que nos tomava conta os corpos, na estação quente, agora se transforma em impulso canalizado para a vida, sentimentos novos.
Será exagero de uma alma que ama a estação cinza? Não o posso afirmar. O que são as paixões senão um exagero do sentir, uma hipérbole inerente ao homem sonhador.
O intento, porém, está longe de dissuadir os que são contrários a opinião aqui disposta. Talvez redargüir simplesmente, explicar o porquê de meu capricho apaixonado do inverno.
Deixemos as questões pecuniárias e medíocres de lado. Para se sensibilizar com a circunstância, garanto-lhes, não haver necessidade de nenhum dispêndio capitalista. Basta, pois, olhar em torno e sentir. È bem verdade que nossos homens têm dificuldade de praticar esse exercício.
E é igualmente verdade que sentimo-nos presos a vontades que fogem ao intuito principal de buscar o sentimento e as sensações.
O vento continua, acompanhado de seu decoro polido, de suas promessas eternas. Vindo em dupla com o frio, ou em trio com as lágrimas.
A circulação dificultosa, os lábios trincados e secos. O medo da noite, e o desafio de vê-la em suas particularidades. Os olhos chorosos e a cama em chamas a nossa espera angustiante. As mãos brancas sem sangue. O rosto em mármore gelado. A mente turbulenta de idéias. O sol que se faz amigo agora. A vontade baldada e contraditória de se aquecer.
Não acho inteligível que se possa não apaixonar por estação tão bela.
[Por mim mesma, K.]
Um comentário:
Olá colega de MUHM.
E colega Blogueira.
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